Como organizar melhor o tempo nos dias em que as crianças demandam demais

biscaciofabiana Leitura: 3 min

Existem dias em que parece que nada flui. A criança está mais agitada, chorosa, carente. Você tenta fazer algo e é interrompida. Mal consegue pensar em sequência. A casa fica de cabeça pra baixo, o trabalho atrasa, e a frustração cresce. Parece que o tempo desaparece.

Mas mesmo nos dias mais puxados, é possível encontrar brechas, reorganizar prioridades e reduzir o desgaste. Não para ser superprodutiva — mas para manter sua sanidade e sentir que ainda está no controle de alguma forma.

Neste artigo, você vai aprender como adaptar sua organização nos dias em que os filhos demandam mais do que o normal, com leveza, estratégia e autocuidado.

1. Aceite que será um dia diferente

O primeiro passo é reconhecer que aquele dia não será como os outros. Forçar uma produtividade normal só aumenta a frustração.

Diga a si mesma:

“Hoje é um dia de mais demanda emocional.
Vou me adaptar e fazer o melhor possível dentro desse cenário.”

Aceitação reduz o estresse.

2. Reduza suas expectativas pela metade

Não é dia de resolver tudo. É dia de escolher o que realmente importa.

Faça uma lista com:

✅ 1 tarefa essencial de trabalho
✅ 1 necessidade da casa
✅ 1 momento para você respirar

Se conseguir fazer só isso, já está ótimo. Mais que isso é bônus.

3. Identifique os “gatilhos de caos”

Tente perceber o que está deixando a criança mais sensível:

Sono?
Fome?
Dente nascendo?
Mudança de rotina?
Necessidade de atenção?

Resolver ou aliviar esse gatilho facilita todo o resto.

Exemplo: se for sono, priorize o descanso. Se for carência, ofereça atenção plena por 15 minutos (às vezes, isso evita horas de crise).

4. Use atividades que prendem a atenção da criança por mais tempo

Prepare uma lista de “salvadores de tempo”:

Desenhos educativos curtos
Massinha ou tinta lavável
Caixa sensorial com arroz, feijão, potinhos
Histórias no YouTube (modo áudio)
Brinquedos que podem ser usados sozinhos com segurança

Você não está “terceirizando a criação”. Está usando recursos para sobreviver a um dia difícil.

5. Divida o dia em blocos flexíveis

Em vez de pensar “preciso dar conta de tudo hoje”, pense assim:

Das 7h às 10h: atenção total à criança + café da manhã + cuidados pessoais
Das 10h às 13h: tentativa de realizar 1 tarefa importante enquanto a criança brinca
Das 14h às 17h: descanso, brincadeira leve ou passeio
Das 18h em diante: rotina de banho, jantar e desaceleração

Organizar em blocos dá estrutura sem rigidez.

6. Faça pausas para você — mesmo que curtas

Mesmo com tudo difícil, separe 5 a 10 minutos só seus.

Para respirar
Para tomar um café sentada
Para escrever uma frase no caderno
Para escutar uma música que te acalma
Para pedir ajuda a alguém

Esses minutos recarregam a sua presença.

7. Tenha um “plano de contenção” para a casa

Nos dias intensos, aplique a regra do mínimo essencial:

Limpar só o que atrapalha (tipo pia cheia, chão com migalhas)
Cozinhar o básico (ou reaproveitar algo pronto)
Guardar só o que está no caminho

Você não precisa dar conta da casa quando mal está dando conta de si.

8. Reorganize o que ficou pendente no fim do dia

Antes de dormir, respire e anote:

O que ficou para amanhã
O que pode ser delegado ou adiado
Como você pode se preparar melhor (ex: deixar o café pronto, a roupa separada)

Organizar mentalmente evita o acúmulo emocional.

9. Peça (ou aceite) ajuda sem culpa

Se alguém puder ajudar — parceiro, mãe, amiga, vizinha, creche — diga sim.

Você não é menos mãe por precisar de apoio.
Você é mais consciente por reconhecer seus limites.

10. Elogie a si mesma no final do dia

Mesmo que tenha chorado.
Mesmo que tenha gritado.
Mesmo que tenha deixado tudo por fazer.